1 – Seu problema nunca foi o seu corpo. A maioria das mulheres que eu conheço é insatisfeita com o próprio corpo. Uns quilos para perder, umas celulites que não vão embora, é magra mas tem culote, é gostosa mas tá flácida… Sempre existe uma coisa que não está no lugar certo. E não para por aí. Elas acreditam que a vida poderia ser bem melhor se não fossem esses defeitinhos malditos. Falo por experiência própria. Sempre achei que tudo na minha vida seria bem mais fácil se eu fosse magra e me encaixasse num padrão “moça que veste 38, tem cabelo comprido e bunda empinada”. Acontece que na maioria das vezes, o problema não está fora, mas dentro da gente. A bunda vai ficar dura, a barriga vai secar e essa sensação de imperfeição não vai embora. Simplesmente porque perfeição não existe. Emagreci, endureci, deixei o cabelo crescer e continuei com as mesmas inseguranças de sempre. O problema não estava no meu corpo, estava em mim, na forma como eu me vejo no mundo, na generosidade que eu não tinha comigo, nos meus medos e traumas. O esporte me trouxe auto estima não pela transformação que fez no meu corpo, mas por ter me mostrado que eu sou capaz de conquistar tudo que quiser. E que apesar de todos os fantasmas que me habitam, eu consigo encontrar força para lutar pelo que desejo. Aprendi que para ser quem você deseja, primeiro precisa amar quem é agora. Ser gentil e amável consigo da mesma forma que espera que o mundo seja. As pessoas não vão gostar da gente pelo formato do corpo. O mundo gosta de gente interessante, autêntica e divertida. E isso não tem nada a ver com o tamanho do manequim.
4 – As pessoas nem sempre são gentis. Eu, graças a deus, estou rodeada por gente bacana, feliz, que me ama e tralala. E mesmo assim não saí imune ao mundo onde todo mundo acha que tem direito a dar opinião sem você ter pedido. Os amigos, provavelmente, vão ser legais e generosos e incentivar todo o processo. Mas uma penca de gente vai ser desagradável. Tente ignorar. Eu divido os inconvenientes em dois tipos de comentários: “nossa como você tá magra” e “nossa como você era gorda”. A primeira turma vai sempre dizer que você emagreceu demais, tá ficando feia, com cara de doente e coisas do tipo. Nem sempre é maldade, depois de muito tempo sem ver a pessoa a gente se assusta com mudanças muito radicais. Pode rolar também um “Tá linda, amiga! Só toma cuidado pra não emagrecer mais que vai ficar com cara de anoréxica, tá!?”. Respire fundo, agradeça e siga a sua vida. Tem o outro time, o que tenta fazer um elogio e acaba piorando tudo. Aquele papo de resolver agora dizer como você era gorda antigamente, que tá de parabéns por ter perdido peso e agora sim é uma mulher linda. A pessoa esquece que aquela moça uns quilinhos mais pesada ainda é você. E que uma boa parte da sua vida foi vivida por ela. E não é bacana desmerecer tudo que você era apenas por uma diferença de peso. A parte boa disso é que ao querer defender a menina de antes, você consegue se livrar da expectativa que eu falei lá em cima: de que ser magra mudaria tudo. Você vai entender que continua igual, só com um corpo diferente. Eu continuo a mesma monga de sempre. E descobri que acho infinitamente mais legal ser amada por isso do que pela minha aparência.
5 – Endorfina vicia. Mesmo. Eu sempre repito que comecei a praticar esporte por necessidade e hoje faço pela mais absoluta paixão. Lembro meus primeiros dias de musculação, andando pela academia e perguntando pras meninas super malhadas se elas gostavam mesmo daquilo, se tinham algum prazer além da bunda dura. E rio agora, quando me pego pedindo pelo amor de deus pro médico me liberar pra puxar ferro mesmo um pouco dolorida porque fico numa TPM fora de época horrível se não malho. Quando comecei a correr eu já estava na vibe “endorfina, eu te amo” e dava gargalhadas durante a corrida. De tanto prazer que sentia. E vício é um treco sério, a gente sempre quer mais. Começa a querer aumentar o volume de treino. Começa a usar palavras como “treino”, “série”, “prova”, “planilha”… Machucado vira “lesão” e você vai entender o significado de coisas como “catabolizar”. É gostoso, é querido. Desde que você entenda que a coisa tem que ser feita com prazer, vai ser tudo divertido. Esporte é prazer, não sofrimento.
Um beijo, até semana que vem, sejam felizes e divirtam-se.
É talvez você tenha razão. E eu ando me sentindo exatamente como você falou.
ResponderExcluirMas ao invés de malhar, estou fazendo aula de dança.
O legal de tudo, é que mesmo perdendo peso muito aos poucos e tal, o que eu gosto mesmo, nem é isso. Na verdade o bom é a sensação de estar fazendo algo que gosto.
Estou apaixonada pela dança e isso me deixa feliz.
E realmente, não adianta tentar ser perfeita, porque não existem pessoas perfeitas!
Beijinhos, Isa.
Heart of Sunday
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Esse é o caminho, Isa. O importante é ficar bem com você mesma, se curtir, cuidar de você, se dar amor... Dançar é uma delícia! Aproveita!
Excluirbeijão
Excelente o texto!! Parabéns, ajudou bastante!
ResponderExcluirBrigada, querida.
ExcluirBeijao