Pra meus pais: o mais bonito é o que a gente "veste por dentro"

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Em semana de moda aqui em Santa Catarina - na quarta começa o maior evento da área do Estado, o Donna Fashion DC Iguatemi, me peguei pensando naquilo que não é transitório como a moda, naquilo que permanece e fica conosco estação após estação: nossa personalidade, nosso caráter, nossa história.

Estes dias minha amiga Consuelo me disse sabiamente num email que me mandou, que a bondade é uma das qualidades que mais admira nas pessoas...

E bondade nada tem a ver ser boazinha demais, mas sim buscar no outro suas qualidades, inclusive em nós mesmos.

Numa sociedade que clama por perfeição por tudo, ter um dente torto, um nariz grande, seios pequenos demais, pernas finas, uma barriguinha, peso acima do "aceitável", tudo isto é motivo de infelicidade e frustração para muitas pessoas.

Desejando ser perfeitos nos tornamos infelizes, na expectativa de que seríamos mais amados se fôssemos "melhores"...

Meu pai ontem me telefonou para contar que uma tia minha, muito querida e já bem velhinha, está com Mal de Alzheimer e me lembrou que todos caminhamos para o inevitável fim da vida...

E o que levamos dela?

Certamente não o dinheiro, posição social ou sequer sucesso profissional... Não quero negar a importância destas coisas, pois dinheiro ganho honestamente é ótimo para se viver uma vida confortável e eu gosto de coisas bonitas: roupas, sapatos, bolsas, maquiagens... Mas é preciso colocar estas COISAS em seus devidos lugares.

São apenas coisas transitórias, que enfeitam a vida, mas não são A VIDA, porque a vida é feita de sentimentos, lembranças, vivências e, principalmente, das pessoas que amamos (incluo aqui meus bichinhos, que são parte da família).

Olhar apenas para nosso próprio umbigo, não nos fará felizes... Muitas vezes estender a mão para ajudar alguém, qualquer pessoa, de qualquer maneira, é capaz de alegrar nosso dia muito mais do que se preocupar apenas com o "eu", se fechando na individualidade e egoísmo que infelizmente faz parte do nosso tempo.

Se minha casa pegasse fogo me preocuparia em salvar meu marido, as cartas e bilhetes que ele me escreveu e nossas cachorras... Todo o resto poderia ficar para trás pois são coisas, apenas coisas, que são bonitas mas não fundamentais. Ficaria triste com a perda, mas esta perda não me faria esquecer quem eu sou, pois meu alicerce está fundamentado na minha família e aqueles poucos e verdadeiros amigos (inclusive os caninos), que sei que me amam, independentemente da minha roupa, carro ou conta bancária.

Tentar ser feliz no presente é um "mantra" que tento seguir (embora falhe miseravelmente muitas vezes, chorando por dores do passado ou ansiando por sonhos do futuro).

Meu pai tem 74 anos e minha mãe 72 e eles são algumas das pessoas mais incríveis que já conheci na vida, pois realmente se tornam pais ainda melhores a cada ano, nunca deixaram de evoluir como pessoas... Claro que não são perfeitos (ainda bem!), mas tem a grande virtude da bondade, na qual tento me espelhar.

No momento que conseguir ser mãe, esta é a principal característica que desejarei ver em meu filho: que ele seja uma boa pessoa, com os outros e com ele mesmo, pois assim terei certeza que ele será alguém, de fato, feliz!

Certamente mais do que se preocupar com o "look do dia", é necessário prestar atenção nas nossas atitudes, porque o que há de mais bonito é o que a gente "veste por dentro", no nosso coração.

E para você, garota moderna, onde está a verdadeira beleza?