Black Swan (Cisne Negro): filme incrível e figurino impecável!

Natalie Portmann como Nina, no papel de cisne branco

Natalie Portmann como Nina, no papel de cisne negro

Natalie Portmann como Nina, numa das "aulas" de balé

Natalie Portmann como Nina, numa cena de ensaio
(repare que nesta cena ela já está de tutu, a saia de tule da bailarina clássica, feita com 13 camadas de tule sobrepostas)

o lindo vestido longo de seda bordado com cristais (não achei foto melhor)

o casaco rosa pálido e o cachecol de tricê, com "pluminhas" com o qual ela chegava e saia dos ensaios (tenho um super parecido, que eu mesma fiz, a lã já vem com os "pelinhos")
Imagens: In Fashion/Leaf and Pearl

Ontem fui ver Black Swan (Cisne Negro) e amei a atuação de Natalie Portmann como Nina. Eu, que fui bailariana (a sério) por 14 anos e sou psicóloga, não poderia ter mergulhado mais na história do filme (que quase chega a ser arrastado em alguns momentos) e principalmente na composição do papel da bailarina obceada por perfeição e que, com isto, não aguenta a pressão que ela mesma se impõe e "enlouquece". Mas a Hellen, nossa colaboradora aqui no GM, já fez um ótimo post sobe o filme em si, então vou me ater a outro aspecto que me encantou: o figurino.
Em Cisne Negro a figurinista chefe é Amy Westcott, mas a Rodarte, que fez ao todo 7 peças: o figurino de palco e também o deslumbrante vestido longo branco com o qual Nina aparece na festa de lançamento do balé, não poderia levar o Oscar de melhor figurino, caso o filme estivesse concorrendo nesta categoria e sim Amy Westcott.
O mesmo aconteceu em 1954, com o Filme Sabrina, com Audrey Hepburn, onde Edith Head, chefe do figurino, levou o Oscar de melhor figurino, apesar do próprio senhor Hubert de Givenchy, da mítica Givenchy, ter vestido Audrey Hepburn em cada cena do filme.
A composição do figurino dos demais momentos do filme: roupas de ensaio, as roupas comuns usadas por Natalie foram feitas pela equipe de Amy Westcott e estão impecáveis. Mostraram com precisão como são os bastidores de ensaio no mudo da dança, como cada bailarina prepara sua sapatilha de ponta ("quebrando a sola", costurando elásticos e fitas a mão, etc), a forma como elas se vestem, em camadas, as roupas de "aula" e de "ensaios", as próprias bailarinas fazendo sua maquiagem... Tudo perfeito. Parecia que eu havia voltado aos tempos onde eu dançava.
Meu marido adorou a atuação de Natalie Portmann (achamos mesmo que merece levar o Oscar), o filme achou meio travado, mas eu, como boa ex-bailarina, fiquei encantada em ver todo aquele universo das coxias (os "bastidores" do teatro) novamente.
Nem com a magreza das bailarinas do filme me assustei, pois, infelizmente, é exatamente assim que acontece numa companhia de balé: quando o dia da estréia se aproxima, todos querem estar mais magros. A magreza do elenco e da própria Natalie Portmann no filme é a magreza que você irá encontrar no elenco de qualquer boa companhia de dança (é mesmo um mundo cruel, de desafio físico extremo e muitas vezes, nada saudável).
A cena dos dedos sangrando depois de ensaiar de sapatilha de ponta, era, de fato, cotidiana para mim e para minhas companheiras do balé. Sorriso no palco, choro nas coxias.
No filme, tudo parecia real e, boa parte disto se deve ao figurino, impecável, tanto as peças desenhadas pelas irmãs da Rodarte quanto as feitas pela equipe de Amy Westcott.
E o filme já está influenciando a moda e a beleza: a estética do balé, o estilo das roupas, os coques, tudo isto já apareceu em diversas coleções internacionais e nacionais (como a da Maria Bonita Extra) e será muito visto pelas ruas, pode apostar.
Adorei Cisne Negro e estou torcendo muito que Natalie Portmann ganhe o Oscar de melhor atriz. Merece!