Hoje faço 40 anos... E como estou feliz por estar viva e ter tanto aagradecer!

eu, no meu aniversário de 3 anos

eu, com 4 anos e meio, na festa junina da casa de praia (que ainda existe, resistiu bravamente à ressaca de 2010) da nossa família, em fotos tiradas pelo meu amado pai

Há exatos 30 dias atrás entrei em pânico ao me dar conta que faria 40 anos dia 15 de dezembro de 2012. O número 40, a entrada para a tal "turma dos enta", tudo me parecia uma prenúncio de "ladeira abaixo".
Até que naquela noite tive uma ideia: o #projeto40anosfeliz, do qual falei neste post aqui, dizendo que este ano iria lutar contra o tal de "inferno astral" e iria correr atrás do meu "paraíso astral"...
E não é que deu certo???
Andava vindo de uma maré brava há alguns meses, com problemas de saúde (que me fizeram chegar aos 46 quilos de novo, peso da minha adolescência, mas cheia de deficiências vitamínicas, que já estão sendo devidamente tratadas), com um estado depressivo que me rondava por várias questões e com o falecimento repentino do meu amigo Diogo, que foi a "pá de cal" em cima do meu desânimo. 
De certa forma, nos últimos meses tudo estava fora do lugar, até que três coisas aconteceram, mexeram comigo profundamente e começaram a me trazer esperança e uma maneira diferente de olhar a minha vida que segue, o meu "envelhecer", o adeus à juventude.
Sempre pensei em adotar: desde bem pequena, sem razão aparente, sempre dizia que "um dia adotaria uma criança". Eu e me marido já queremos isto há muito tempo, mas também esperávamos pela natureza, pois afinal de contas não somos estéreis, já engravidei, mas infelizmente não foi adiante: até que um dia ele me trouxe um presente - os papéis da adoção, para entrarmos na fila. 
Saber que ele também não se importa de onde virá nosso filho, seja da barriga ou "do coração", foi o melhor presente que já ganhei dele e a certeza que casei com o melhor marido do mundo, que me ama com todas as suas forças e quer uma família, seja lá do jeito que ela se construir. Meu marido é a pessoa mais incrível que já conheci na minha vida, muito mais sábio, mais forte que eu: meu porto seguro, meu melhor amigo, minha alma gêmea.
O segundo fato foi como um milagre: um casal muito, muito próximo a nós (que não vou falar quem é pois não perguntei a eles se posso), que também passou pela mesma experiência difícil e dolorosa, conseguiu finalmente, depois de anos na fila, adotar sua filhinha e a transformação na vida deles foi visível: a alegria se instalou ali naquele lar e ela me disse que a "barriga de grávida" que ela não teve não faz falta alguma... Vejo amor naquela família, só amor, um amor muito mais profundo que muitas famílias "de sangue" demonstram ter.
O terceiro fato foi uma perda: quando meu amigo Diogo faleceu aos 32 anos, em menos de 24 horas após ser hospitalizado, pois estava deprimido, não comia, estava com pneumonia e teve duas paradas cárdio-respiratórias ao qual seu corpo debilitado pela falta de comida e depressão não resistiu. Fiquei muito, muito abalada com a morte dele, éramos muito próximos e amigos há uns 14 anos, mas depois de algumas semanas chorando, deprimida com a partida tão estúpida dele, a Vida e a Morte vieram me sacudir e dizer: VIVA, envelheça, não morra jovem, não se deprima por aquilo que você não pode ter, fique feliz com o que você tem!
Agora sei que sim, vou envelhecer. E quero envelhecer, não quero ser jovem para sempre como será meu amigo querido.
Sei que não, não fui mãe antes dos 40 conforme havia planejado (a gente sempre acha que "é dono da própria vida, mas aprende a ter a humildade de que não temos controle de tudo), mas que serei mãe alguma hora destas, da maneira que for e amarei imensamente esta criança que talvez já esteja por aí à espera de um lar e de pais que a amem.
Sei que não sou mais jovem (mesmo que aparente ser), que ainda não sou "velha" (mesmo que as convenções sociais determinem isto) e que tenho muita, mas muita coisa pra viver. 
Sonho muito com meu amigo Diogo e são sempre sonhos bons, de nós dois rindo e conversando sobre nossos "planos para a velhice", que costumávamos fazer às gargalhadas... Planos hilários, completamente estapafúrdios, sempre envolvendo Chanel, Paris e meu marido, carregando nossas sacolas e fotografando tudo, já conformado com a peruíce minha e do meu "melhor amigo gay", como o Diogo gostava de dizer... Acho que lá do céu, ele me diz que quer me ver uma "perua do bem", velhinha ao lado do meu marido, os dois juntinhos, unidos como meus pais são (eles fazem 54 anos de casados amanhã, se amam de verdade e sim, haverá comemoração, presentes, beijos na boca e declarações românticas dos dois).
Sou feliz porque completei 40 anos hoje (graças à Deus, estou VIVA!), porque tenho o melhor marido do mundo (desculpem as minhas amigas que também tem os seus, mas acho o meu melhor... hahaha), porque tenho duas filhas peludas, Mischa e Zoé, que só nos trazem alegria e são muito amadas, porque tenho pais maravilhosos, cada vez mais bacanas, porque tenho 2 irmãos e 2 irmãs queridas (cunhadas e cunhados idem) e a irmã mais nova do meu marido, a Cacau, que se tornou meio que minha irmã também, de tanta doçura que há naquele coração.
E é claro, sou feliz porque tenho 07 sobrinhos por parte dos meus irmãos (todos grandes, o mais novo está prestando vestibular amanhã), que amo demais e do qual, é óbvio, sou a tia favorita porque mimava eles terrivelmente quando crianças.;)
Sou feliz porque tenho amigas de verdade, como a Suzana, que me aguenta há mais de 20 anos, a Silvia (que me ajudou a realizar o sonho de ver a Madonna), que agora mora em POA, mas é "colaboradora honorária vitalícia" do GM por ter sido a primeira que se aventurou a escrever este blog comigo, junto com a Áli, que mora na esquina (e morro de saudade das duas, que vejo tão pouco). Temos que mudar isso!
Tenho sorte de ter minhas amigas e amigos queridos que tocam o GM comigo: Mari S., Carol, Consuelo (saudades!!!),  Manú, Jô Pires, Fabi, Kellen, Miojo e o pessoal do Aiê e do Macumba Hi-Tech, além da Mari R., Dani, Giselle e Jô Crouch (que estão de "licença do blog"), minhas amigas/vizinhas Ruth e Roberta, todo mundo lá do Rossi (como não adorar a Meri, o Rossi e toda equipe?), o pessoal da RBS (obrigada Romí pela amizade!), o pessoal do Iguatemi (nem tenho como agradecer à Soraia, Tavane e os "Rafaeis"), as minhas fisio queridas Nanda, Cinthia, Simone e Juliane.
E amigas e amigos novos e antigos, como as Patrícias e a Nora (quantas viagens fizemos juntas para dar aulas!), a Simone, as Monicas Sens & Stein, a Dani, a Rachel, as Adris Althoff e Piazza, a Letícia, a Yasmine, a Deborah, a Mariane, a Cris, o André W., a Fê Marins, a Hiana, a família Lanzara.
E pessoas muito queridas, como meus tios Có e Laci, a Val, meu braço direito aqui em casa e quase uma mãe e, é claro, minhas afilhadas amadas: Larissa, Dora e Nina (e a única sobrinha ainda bebê, filha da irmã caçula do meu marido).
Talvez tenha esquecido de citar alguém muito importante, afinal são mais de 8 da manhã e ainda não dormi escrevendo este post, mas queria dividir com você, querida leitora do GM, que me faz tão feliz por ler o que escrevo, que o aniversário é meu, mas hoje queria dizer MUITO OBRIGADA por ser querida por tantas pessoas, pois isto só me faz querer ser ainda mais feliz nos meus próximos 40 anos, 50 anos (60, quem sabe...)!
No meu #projeto40anosfeliz, em 30 dias voltei para o Pilates e para a massagem que adoro, dei uma palestra sobre Qualidade em Serviços (que é a área do meu Mestrado) depois de mais de 4 anos sem fazer isto e foi ótimo, tomei longos cafés com pessoas que amo como minha amiga Suzana e meus pais, conheci um monte de gente bacana, fui passear com minha sobrinha/afilhada Nina, brinquei muito com minhas cachorras, organizei TODO meu closet, escritório e gaveta da mesa de cabeceira, li uns 3 livros, fiz vários programas legais com meu marido, viajei pela primeira vez a passeio sozinha depois de casada pra asssitir ao show da Madonna em POA com minha amiga Silvia que mora lá (fomos só nós 2 na pista e andamos 45 minutos na volta até conseguir um táxi, uma aventura!), dancei, pulei e gritei no show da Madonna como uma adolescente de 16 anos até ficar sem voz, tomei todos os banhos de banheira e tirei todos os cochilos que desejei sem culpa, montei a árvore de Natal aqui de casa com a minha sobrinha Nina no colo e as cachorras enlouquecidas com os enfeites em volta, desacelerei o ritmo, ouvi meu coração, tentei buscar ser feliz, um dia de cada vez (e foram 30 dias bem felizes, apesar dos momentos de introspecção e de alguma melancolia, porque não dá prá ser feliz 24 horas por dia todos os dias... e isso não é ruim).
O que a gente leva de realmente precioso da vida, são as pessoas que conhecemos, que amamos, com quem aprendemos, a quem ensinamos... todo o resto é apenas enfeite: que a vida de todos nós seja linda, com direito a todas as belezas que desejarmos: Paris, um perfume Chanel, uma casa linda, uma flor cor de rosa, mas que também tenha muito conteúdo, cheio de amor, amizade, bondade com o mundo que nos cerca e que aos 80 anos sejamos pessoas melhores e ainda mais felizes que fomos aos 20!
E de novo, um agradecimento para meu marido: obrigada por me fazer a pessoa mais feliz e realizada do mundo! Amo você e com você descobri o que é a felicidade, como naquela música, Corcovado, de Tom Jobim, que tocou em nosso casamento...

"Quero a vida sempre assim com você perto de mim
Até o apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade meu amor

O que é felicidade, o que é felicidade"

Termino este post quase 8:20 da manhã, hora que nasci, com o coração leve de uma menina de 20 e um pouquinho mais sábia, como uma mulher de 40!