Imagem: Google
Este post é para falar da tristeza que acontece no Rio de Janeiro. A imagem da senhorinha sendo resgatada do meio das águas que destruiam sua casa, agarrada ao seu cachorro que não conseguiu salvar, não sai da minha cabeça. Ela havia perdido tudo e mesmo em perigo extremo, estava ali, tentando salvar um dos seus animais de estimação, do qual lembrou com pesar, no dia seguinte, ao ser entrevistada.
Os vizinhos desta senhora fizeram o possível e ela se salvou, mas tudo que ela tinha, até os bichinhos, foram arrastados pela fúria da natureza. Impossível ver uma cena destas e não ficar com os olhos cheios de lágrimas.
Havia publicado aqui em 2008, na época das enchentes de Santa Catarina, um texto sobre a força chamada solidariedade: diz-se que há alguns anos, durante uma enchente que assolou a Argentina, um anônimo escreveu:
"Eu tinha medo da escuridão, até que as noites se fizeram longas e sem luzQue Deus ajude toda aquela população a se reerguer.
Eu não resistia ao frio facilmente, até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos, até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires, até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus , até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta, até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida, até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura, até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa, até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho, até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos, até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar, até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras, até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome, até nos tornarmos todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio, até ser ele que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes, até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos, agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política, mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados, agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória, talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não conhecia você, agora você é meu irmão
Tínhamos um rio, agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus, vamos começar de novo."
E se você puder ajudar, aqui tem todas as informações sobre como você pode doar alimentos, roupas e dinheiro para estas pessoas, que precisam, mais do que nunca, do apoio de todos os brasileiros.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrecisamos sempre ter solidariedade e ajudar quando podemos.
ResponderExcluirLinda a mensagem, toca na alma!
Super beijo
www.someday.com.br/blog
É muito triste mesmo. Também não sai da minha cabeça.Você ver tudo indo embora...
ResponderExcluirDaí fica a pergunta. Foi mesmo uma grande fatalidade ou faltou uma maior participação de nossos governantes? Todo ano teremos cenas desoladoras como essa?
Embora não seja Brasileira tenho visto isso na televisão e também não me saiem da cabeça algumas das imgens que vi ... quero desejar muita sorte a todos os habitantes , tenho muita pena mesmo...
ResponderExcluirPior ainda é o que está a acontecer na Austrália, a área inundada é mais do que a àrea da espanha junta com a frança :o O que mais me tocou foi um menino de 13 anos (a mesma idade que eu), que pediu aos bombeiros que salvassem primeiro a mãe e o irmão em vez dele e acabou por morrer, é impossivel não ficar com a lágrima no canto do olho :'(
Excelente post !
Boa sorte :\
Oi queridas,
ResponderExcluirObrigada pela visita e pelos comentários!
beijos,